Barro direis que sou, se tudo ao homem

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Barro direis que sou, se tudo ao homem
Outras feições imprime quando o tempo
Se demora na face que retoca.
Mas no barro resiste o gume frio
Onde sangra, desforra de mortal,
O polegar de Deus que me sufoca.


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SARAMAGO, José. Os poemas possíveis. 3a. ed. Lisboa: Caminho, 1981.