Volto as costas ao mar que já entendo,
À minha humanidade me regresso,
E quanto há no mar eu surpreendo
Na pequenez que sou e reconheço.
De naufrágios sei mais que sabe o mar,
Dos abismos que sondo, volto exangue,
E para que de mim nada o separe,
Anda um corpo afogado no meu sangue.
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SARAMAGO, José. Os poemas possíveis. 3a. ed. Lisboa: Caminho, 1981.
À minha humanidade me regresso,
E quanto há no mar eu surpreendo
Na pequenez que sou e reconheço.
De naufrágios sei mais que sabe o mar,
Dos abismos que sondo, volto exangue,
E para que de mim nada o separe,
Anda um corpo afogado no meu sangue.
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SARAMAGO, José. Os poemas possíveis. 3a. ed. Lisboa: Caminho, 1981.