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Quero dizer que não vejo nenhum motivo para deixar de ser o que sempre fui: alguém que tem a certeza de que o mundo em que vivemos não está bem feito; a certeza de que a única aspiração legítima que justifica a vida, a felicidade do ser humano, é negada todos os dias; e de que a exploração do homem pelo homem continua a existir. Os seres humanos não podem aceitar as coisas como elas são, porque isso leva-nos directamente ao suicídio. Temos que acreditar nalguma coisa e, sobretudo, temos de ter um sentimento de responsabilidade colectiva, segundo o qual cada um de nós será responsável por todos os outros. E isto não consigo encontrá-lo no capitalismo. Por que é que o capitalismo não decepciona? Porque não promete nada. Por que é que o socialismo decepciona, decepcionou e voltará certamente a decepcionar? Porque, tendo prometido, não cumpriu. Essa é que é a grande diferença.