Do pão, o corpo; o sangue, deste vinho;
Das misérias do homem, divindade:
Nada põem de si os deuses vãos.
Nesta mesa da terra se restauram,
Tudo lhes é sustento, comem tudo,
Que tudo lhes prolonga a duração.
Um corpo de enforcado é alimento,
Um baraço faz escada para os céus,
Ë trono uma figueira, é luz moedas:
Sem Judas, nem Jesus seria deus.
_________
SARAMAGO, José. Os poemas possíveis. 3a. ed. Lisboa: Caminho, 1981.
Das misérias do homem, divindade:
Nada põem de si os deuses vãos.
Nesta mesa da terra se restauram,
Tudo lhes é sustento, comem tudo,
Que tudo lhes prolonga a duração.
Um corpo de enforcado é alimento,
Um baraço faz escada para os céus,
Ë trono uma figueira, é luz moedas:
Sem Judas, nem Jesus seria deus.
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SARAMAGO, José. Os poemas possíveis. 3a. ed. Lisboa: Caminho, 1981.